Ar do Brasil – Bijuterias e Acessórios em Cerâmica

Sobre Nós

Meu nome é Luíz Alberto Nacif Campos e sou artesão, professor e artista plástico. Sou conhecido como Luíz Nacif e minha relação com o artesanato começou no início dos anos 1970, influenciado pelo movimento hippie e pela arte popular brasileira. Trabalho há 50 anos, vivendo, produzindo e ensinando sobre a cerâmica, considerada a primeira indústria do ser humano, e um dos mais antigos meios de sua integração com a natureza e o fazer artístico.

Nasci em Belo Horizonte em 1955, e em 1984 mudei-me para Nova Lima, juntamente com Sandra Regina Braga, e montamos nesta cidade o atelier de cerâmica “Ar do Brasil”.

Minha preocupação sempre foi a de repassar para as comunidades dos bairros a importância das artes na vida de todas as pessoas. Durante todos esses anos, fizemos regularmente capacitações, cursos sobre cerâmica, artesanato e artes plásticas, em nosso atelier, nas escolas e instituições públicas locais. Percebi que sou um comunicador dessa cultura do barro, transmitindo saberes do passado para o presente, assumindo-me como mestre que relata memórias marcadas pela herança de antigas matrizes culturais e pela criação de novas técnicas.

A arte na minha vida sempre foi um caminho para a autonomia e à liberdade, que devemos compartilhar o aprendizado das tradições milenares.

 

Aprendendo a viajar e trabalhar com arte

 

Ainda adolescente, eu via em revistas fotos de pessoas usando colares com o símbolo da “Maçã mordida”, a marca da gravadora Apple, dos Beatles, em Liverpool. 

Então, eu pegava latas de alimentos, lavava-as e as recortava fazendo um desenho da Maçã mordida. Fazia um furo, depois pintava com tinta a óleo, nas cores vermelho e verde; fazia uma argolinha de arame, e depois colocava em um cordão preto.

Uma vizinha viu aquilo, e, no mês de abril de 1972, levou-me até a Prefeitura de Belo Horizonte e colocou-me em contato com a senhora Maristela Tristão, fundadora e responsável sobre a Feira Hippie de BH, a qual se tornou uma das maiores do mundo no setor.

Ela me concedeu uma licença para expor naquele evento, e nunca mais parei de fazer o artesanato. Já faz 50 anos que permaneço nesse lugar e nesse empreendimento. Uma honra para mim!

No ano de 1975, eu entrei na Escola de Belas Artes, da UFMG. No entanto, eu via fotos dos hippies, mochileiros viajando para a cidade histórica dos Incas, Machu Picchu, no Peru, e ficava impressionado com a cultura da gente, com os desenhos, a tecelagem, as esculturas, a cerâmica, com a paisagem, e com a possibilidade de conhecer aquele lugar mágico e ancestral.

Notei que entrar em contato com os saberes populares era o caminho que eu queria seguir. Em meados de 1975, tranquei a matrícula na Belas Artes, comprei uma mochila, e sai viajando em direção àquele lugar.

Foi uma decisão incrível, porque esse momento foi um marco em minha vida.

Chegando lá, fiquei encantado com tudo o que estava vendo. Tive a sensação de liberdade de poder viver e conhecer lugares totalmente inusitados. Tudo aquilo me fascinou!

Eu continuava a fazer as bijuterias em metal, e comecei a fazer peças em cerâmicas utilizando a técnica de produzir continhas que aprendi na cidade de Pisac, no Peru. Foi minha primeira técnica de arte popular cujo conhecimento acompanha-me até os dias atuais. Uma sabedoria dos povos originários da América do Sul.

Eu modelava e queimava as bolinhas em fogueiras e fogões à lenha, depois as pintava fazendo um tipo de desenho que uso atualmente.

Procurava as feiras de artesanato e dos hippies em cada lugar que eu passava, ficava por estes lugares durante um tempo, juntando dinheiro e depois partia a outro lugar. Trabalhei também em colheitas de uvas na França e na Suíça. O que ajudava também para conseguir dinheiro e poder viajar mais.

Chegando ao Brasil, voltei para a UFMG, e em 1982 terminei o curso de Artes, em cuja instituição cursei licenciatura pela Faculdade de Educação daquela universidade. 

Dentro da Belas Artes, especializei-me em cerâmica e na vitrificação de peças.

 

Voltei à Feira de Artesanato e conseguia manter assim meus estudos, vendendo dessa forma os produtos que fabricava.

 

Minhas histórias em Nova Lima

 

Há nove anos eu realizo um trabalho voluntário dentro da APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, em Honório Bicalho, onde ensino desenho, modelagem pintura e montagem das bijuterias. Contratei um recuperando que há 7 anos trabalha registrado em meu atelier.

Forneço todos os materiais, ensino e remunero os internos que participam. 

Vou constantemente até eles, e lhes oriento sobre os detalhes e critérios que devem seguir para atingirem a qualidade exigida pelo mercado. Neste lugar, cada um desenvolve um seguimento.

Quem tem habilidade para o desenho e a pintura, executa essas funções na estamparia das peças, seguindo os padrões geométricos e as sequências das cores.

Quem tem habilidades para as modelagens, executa a confecção das continhas e das peças em argila, as quais serão transformadas em brincos, colares e pulseiras.

Quem tem habilidades para as montagens, trabalhos com alicates e linhas executa essa atividade produzindo sobre tudo, colares e pulseiras.

Trabalhei também no Centro de Convivência que funcionava no Caic e era coordenado pela ONG Verde Novo.

Atendia a pessoas com transtornos mentais, fazendo junto com eles diversos objetos de cerâmica, como placas e esculturas.

Esta não era uma atividade que se propunha à comercialização. Era somente como um lazer e terapia. Funcionou durante dois anos, parece-me que até 2010

Também realizei várias atividades na Associação comunitária do bairro José de Almeida, bairro vizinho ao atelier. 

Levei um forno de cerâmica para lá e com as pessoas interessadas, logo mais fizemos as continhas para montagem das bijuterias.

Este era um trabalho remunerado e também de formação, e tinha contratado pessoas daquela comunidade que participaram do curso e se interessaram em profissionalizar-se.

 

Na área comercial, também fazemos formação de profissionais ensinando a respeito de atendimento a clientes, formação de preços, parte fiscal e logística.

Nossas embalagens são produzidas através de sacos de cimento que são lavados, tingidos e depois confeccionados como sacolinhas de presente. São totalmente artesanais e recicladas. 

Desenvolvi esse produto em um curso que ministrei na cidade de Raposos em 2009 e até os dias atuais, eu o compro da senhora Eva, que foi minha aluna e é moradora do bairro Morro das Bicas, em Raposos.

 

Criamos símbolos, formas, cores que são referência para turistas que visitam nosso estado e querem levar um produto feito localmente. 

Nossas peças são atemporais. Estamos na terceira geração de consumidores, conquistando a juventude, pelos desenhos e símbolos. E também pelo fato de sermos ecologicamente e socialmente corretos.

 

Bijuterias em cerâmica
Bijuterias em cerâmica
Bijuterias em cerâmica
Bijuterias em cerâmica
Bijuterias em cerâmica
Bijuterias em cerâmica